quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

As lições da revolução educacional finlandesa para o mundo

Receita de sucesso do país é valorização do professor e do ambiente escolar

             RIO - No ranking do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) 2009, aplicado em 65 países pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a Finlândia alcançou o 3º lugar. O país chama a atenção não só pelos bons resultados, mas por apresentar um modelo diferente dos outros líderes do ranking, China e Coreia do Sul. No lugar de toneladas de exercícios e de um ritmo frenético de estudo, na Finlândia, há pouco dever de casa, e a maior preocupação é com a qualidade dos professores e dos ambientes de aprendizado. Não há avaliações periódicas padronizadas de alunos e docentes, que não recebem remuneração por desempenho. E todo o sistema escolar é financiado pelo Estado.

             Em seu livro, “Finnish lessons: what can the world learn from educational change in Finland?” (em uma tradução livre, Lições finlandesas: o que o mundo pode aprender com a mudança educacional na Finlândia?), Pasi Sahlberg, diretor de um centro de estudos vinculado ao Ministério da Educação do país, diz que o magistério é a carreira mais popular entre os jovens e que a transformação no Brasil deve começar pela igualdade de acesso a um ensino de qualidade.

Pasi Sahlberg, diretor de centro de estudos vinculado ao Ministério da Educação finlandês


O GLOBO: A Finlândia ocupa a 3 posição no ranking do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), entre 65 países avaliados pelo exame da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No entanto, nem sempre foi assim. Quando começou a transformação na educação finlandesa?
PASI SAHLBERG: A grande transformação do sistema educacional finlandês começou no início da década de 1970, quando foi criado o sistema de ensino obrigatório de nove anos. Todas as crianças do país passaram a estudar em escolas públicas parecidas e de acordo com o mesmo currículo nacional. O principal objetivo desse modelo era igualar a oportunidade de acesso a uma educação de qualidade e aumentar o nível educacional da população. Assim, a reforma educacional não foi guiada pelo sucesso escolar e, sim, pela democratização do acesso a escolas de qualidade. Esse movimento continuou nos anos 90, com a necessidade de uma população mais preparada para o mercado de trabalho.
O GLOBO: Quais foram as bases da revolução educacional finlandesa? Quais são seus pontos fortes?
SAHLBERG: O compromisso da sociedade finlandesa pela igualdade de acesso a uma educação de qualidade foi decisivo. A Finlândia com seus 5 milhões de habitantes não pode perder nenhum jovem. Todos precisam ter uma educação de qualidade. Os pontos fortes do sistema finlandês são o foco nas escolas, para que elas possam ajudar as crianças a ter sucesso; educação primária de alta qualidade, que dê uma base sólida para as etapas seguintes do aprendizado; e a formação de professores em universidades de ponta, que tornaram a profissão uma das mais populares entre os jovens finlandeses.
O GLOBO: No Brasil, muitas políticas públicas sofrem com a falta de continuidade. Isso acontece na Finlândia? O que fazer para garantir a continuidade?
SAHLBERG: A Finlândia manteve uma política pública estável desde a década de 70. Diferentes governos nunca tocaram nos princípios que nortearam a reforma, apenas fizeram um ajuste fino em alguns pontos. Essa ideia de uma escola pública de qualidade para todos os finlandeses foi um consenso nacional construído desde a Segunda Guerra Mundial. É o que no livro eu chamo de “sonho finlandês”.
O GLOBO: O mundo parece buscar uma fórmula mágica para a educação. Existe uma fórmula válida para todos?
SAHLBERG: Não, não existe nenhuma fórmula mágica nem um milagre secreto na educação finlandesa. O que fizemos melhor do que outros países foi entender qual é a essência do bom ensino e do bom aprendizado. As crianças devem ser vistas como indivíduos que têm diferentes necessidades e interesses na escola. Ensinar deve ser uma profissão inspiradora com um grande propósito de fazer a diferença na vida dos jovens. Infelizmente, esses princípios básicos deram lugar a políticas regidas pelo mercado em vários países. Essa lógica de testar estudantes e professores direcionou os currículos e aumentou o tédio em milhões de salas de aula. A fórmula para uma reforma da educação em muitos países é parar de fazer essas coisas sem sentido e entender o que é importante na educação.
O GLOBO: O que foi feito na Finlândia e que poderia ser reproduzido em outros países em desenvolvimento, como o Brasil?
SAHLBERG: A pergunta deve ser o que é possível aprender com a experiência finlandesa, não reproduzir. Primeiro, a experiência da Finlândia mostrou que é possível construir um modelo alternativo àquele que predomina nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros países. Mostramos aqui que reformas guiadas pelo mercado, com foco em competição e privatizações não são a melhor maneira de melhorar a qualidade e a equidade na educação. Segundo, é importante focar no bem-estar das crianças e no aprendizado da primeira infância. Só saudáveis e felizes elas aprenderão bem. Terceiro, a Finlândia mostrou que igualdade de oportunidades também produz um aumento na qualidade do aprendizado. É preciso que o Brasil combata essa desigualdade de acesso. Só um plano de longo prazo para a educação e compromisso político possibilitarão que os resultados sejam alcançados.
O GLOBO: Os professores ocupam um papel importante no sistema finlandês. Como prepará-los bem? Um salário atrativo é importante?
SAHLBERG: Professores são profissionais de alto nível, como médicos ou economistas. Eles precisam de uma sólida formação teórica e treinamento prático. Em todos os sistemas educacionais de sucesso, professores são formados em universidades de excelência e possuem mestrado. O salário dos professores deve estar no mesmo patamar de outras profissões com o mesmo nível de formação no mercado de trabalho. Também é importante que professores tenham um plano de carreira, com perspectivas de crescimento e desenvolvimento.
O GLOBO: No Brasil, poucos jovens são atraídos pelo magistério. A carreira atrai muitos jovens na Finlândia?
SAHLBERG: O magistério é uma das profissões mais populares entre os jovens finlandeses. Todo ano, cerca de um a cada cinco alunos que terminam o ensino médio tem a carreira como primeira opção. Há dez vezes mais candidatos para programas de formação de docentes para educação infantil do que vagas nas universidades. A Finlândia tem o privilégio de poder controlar a qualidade dos professores na entrada e depois garantir que só os melhores e mais comprometidos serão aceitos nessa profissão nobre.
O GLOBO: A inclusão das novas tecnologias nas salas de aula vem sendo muito debatida. Como você vê esse processo? Como isso é feito na Finlândia?
SAHLBERG: Tecnologia é parte das nossas vidas e é usada nas escolas finlandesas. Professores na Finlândia usam tecnologia para ensinar de maneiras muito diferentes. Alguns, a utilizam muito e outros raramente. Aqui a tecnologia é uma ferramenta, mas o foco continua sendo na pedagogia entre pessoas, sem tecnologia. A tecnologia não deve guiar o desenvolvimento educacional e, sim, ser uma ferramenta como várias outras.
O GLOBO: Retomando o título do seu livro, quais são, afinal, as principais lições do sistema de educação finlandês?
SAHLBERG: A mais importante das lições é que há uma alternativa para se chegar ao sucesso prometido por reformas guiadas pelo mercado. A Finlândia é o antídoto a este movimento que impõe provas padronizadas, privatização de escolas públicas e remunera os professores com base em avaliações de desempenho que se tornou típico de diversos sistemas educacionais pelo mundo.

Fonte - O Globo

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Projeto de lei limita a 35 número de alunos por sala de aula

De acordo com texto do senador Humberto Costa (PT-PE), nos anos iniciais da educação básica, serão 25 estudantes por sala.

          A Comissão de Educação, Esporte e Cultura (CE) do Senado realiza nesta segunda-feira reunião para avaliar a aprovação de 12 itens pendentes da pauta de votação. Entre eles, está um projeto de lei do senador Humberto Costa (PT-PE) que estabelece números máximos de alunos por turma na pré-escola e no ensino fundamental e médio. As informações são da Agência Senado.

        Pela proposta, as turmas de pré-escola e dos dois anos iniciais do ensino fundamental terão até 25 alunos; nas demais, o número sobe para 35 alunos. A relatora da CE, senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE), apresentou voto favorável à aprovação da matéria. O prazo para apresentação de recurso é de cinco dias.

        Outro projeto que será analisado, de autoria do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), cria a bolsa-artista. Ele tem voto favorável da relatora, Lídice da Mata (PSB-BA), e também será votado em caráter terminativo.

        De acordo com o texto do projeto, seu objetivo é proporcionar formação e aprimoramento de artistas amadores e profissionais em diversas áreas de atuação, nos campos das artes literárias, musicais, cênicas, visuais e audiovisuais, em suas variedades eruditas e populares.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

GREVE NACIONAL DA EDUCAÇÃO

Rede estadual pára por 24 horas nesta terça (dia 28/2) e dá início à campanha salarial 2012

             Os profissionais das escolas estaduais do Rio de Janeiro vão paralisar as atividades por 24 horas nesta terça-feira (dia 28) em protesto contra os baixos salários e as péssimas condições de trabalho dos servidores públicos estaduaisSerá a primeira paralisação do ano dos professores e funcionários das escolas do estado. A categoria reivindica a imediataincorporação de todas as parcelas do Programa Nova Escola e um reajuste emergencial de 36% (correspondente ao quefaltou para atingir a reivindicação em 2011, somado ao crescimento da receita orçamentária do estado prevista em 2012).

             No mesmo dia 28, a categoria realizará uma assembléia geral, no auditório da ABIàs 11h, e um ato público na Alerjàtarde, do qual participarão o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) e suas entidadesrepresentativas, inclusive os setores da Segurança Pública.


Contra a meritocracia:


             Além dos péssimos salários, o governo estadual continua a aplicar a meritocracia na educaçãoapontando para bonificações e gratificações que quebram a isonomiaignoram os aposentados e destroem a autonomia pedagógica.Desde o final do ano passado, o governo Cabral fechou escolasdiminuiu turmas e implantou projetos que visam apenas“melhorar” os índices educacionaissem a mínima preocupação com a qualidade da aprendizagem.

             A Secretaria Estadual de Educação diminuiu a grade curricular e realizou perseguições políticas e administrativas contratos profissionais que fizeram a greve na educação ano passado. Para lutar contra tudo isso e a favor de uma educação verdadeiramente democrática e de qualidadeos profissionais de educação também aprovaram, em sua assembléia geralrealizada no início de fevereirouma segunda paralisação no dia 14 de março em conjunto com outras redeseducacionais

Fonte - SEPE RJ

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Rede estadual fará paralisações de 24 horas nos dias 28/2 e 14/3

             Os profissionais da rede estadual realizaram uma assembleia geral no sábado (dia 11), no auditório da ACM, no Centro. A plenária votou pela realização deparalisações de 24 horas nos dias 28 de fevereiro e 14 de março, dando início à mobilização em torno da campanha salarial 2012 e a luta pela conquista dos nossos direitos

             No dia 28 de fevereiro, além da paralisação, a categoria realizará uma assembléia geral, no auditório da ABI (Rua Araújo Porto Alegre 71 - 9º andar) e  um ato público na Alerj, à tarde, do qual participarão o MUSPE e suas entidades representativas, inclusive os setores da segurança pública. Ainda neste dia, a rede estadual lançará a campanha salarial de 2012, tendo como reivindicação emergencial, além da incorporação de todas as gratificações ainda existentes para professores e funcionários, um reajuste de 36%.

             A assembleia também aprovou que o Sepe disponibilizará todo o apoio político e jurídico que for possível aos profissionais que procurarem o sindicato em busca de proteção contra a perda de lotação escolar original.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Alunos do ensino médio querem aulas direcionadas para o mercado

É o que diz pesquisa que mostra os estudantes de olho na profissionalização.


             Fazer um curso profissionalizante antes ou depois das aulas, estudar em uma escola que proporcione estágio em empresas, sentar em cadeiras mais confortáveis e que os professores expliquem melhor as matérias. Essas são algumas das principais expectativas dos alunos de ensino médio da rede estadual, segundo uma pesquisa feita com quatro mil estudantes, pelo Instituto Mapear, para a Secretaria estadual de Educação.

 

           O estudo mostrou ainda que, apesar das conhecidas mazelas do ensino público, os estudantes estão sonhando mais alto. Perguntados sobre o futuro, 66% têm a intenção de cursar uma faculdade, contra 58% da pesquisa de 2008. E a quase totalidade deles (95%) pretende completar o ensino médio. Já 46% dos matriculados planejam fazer um curso técnico ou profissionalizante. Em 2008, eram 34%.
Para Nilma Fontanive, coordenadora do Centro de Avaliação da Fundação Cesgranrio, os alunos estão na direção certa:
             — Os estudantes estão apontando o caminho para o fim do ensino enciclopédico. Um curso técnico seria muito mais útil e de grande valia na hora de entrar no mercado de trabalho.
           Mesmo com os planos de continuar estudando, 55% gostariam de começar a trabalhar após a conclusão do ensino médio. Dahin Germano, de 16 anos, que estuda no Colégio Estadual Compositor Luiz Carlos da Vila, em Manguinhos, é um dos que gostariam de entrar na faculdade. Mas ele também quer sair da escola com uma carreira:
— Seria bom ter aulas profissionalizantes, pois já sairíamos com uma profissão. A escola até oferece cursos e atividades fora do horário de aula, mas não faço por falta de interesse mesmo — admite Dahin, que aponta os pontos positivos e negativos que vê na escola. 

— Todas as salas têm ar-condicionado, mas as cadeiras precisam melhorar. São desconfortáveis demais. A didática dos professores também precisa mudar. Sei que o conteúdo das aulas tem que ser cumprido, mas eles correm e explicam tudo muito rápido.
Rio tem índice ruim no MEC.

            Do total dos entrevistados, 67% consideram o ensino público estadual de qualidade. Para 13%, ele é excelente; enquanto para 54% é bom e para apenas 4%, ruim. A boa avaliação feita pelos alunos, no entanto, contrasta com dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC). Em outubro de 2009, o Estado do Rio teve o segundo pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no país: 2,8, ficando atrás apenas do Piauí. A média nacional foi 3,6. Meses depois, o governador Sérgio Cabral passou para o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, a tarefa de colocar o estado entre os cinco primeiros em 2014. Desde então, não foram divulgados novos dados do Ideb, que é o resultado da junção dos índices de aprovação com as notas dos alunos em testes de Português e Matemática.
             Para Celso Niskier, educador e presidente do Conselho Empresarial de Educação da Associação Comercial do Rio, os alunos não sabem avaliar o ensino que recebem:
— A falta de capacidade crítica faz com que o aluno não perceba se está recebendo realmente a educação que merece. Eles só vão perceber isso quando tentarem entrar no mercado de trabalho — observa Niskier, acrescentando que a escola é vista pelos jovens como um mal necessário. — É preciso fazer algo urgente para despertar o interesse pela educação. As aulas devem ser mais prazerosas e atrativas. Para isso, o professor é fundamental. Um mau professor pode provocar o desinteresse. Atualmente, vejo um profissional que finge que ensina e um aluno que finge que aprende.
Mariana Andrade, de 18 anos, sabe bem o que é isso. Ela não esconde que já matou algumas aulas porque o professor não tinha uma boa didática.
            — As aulas tinham que ser mais realistas. Eu não sei para que aprender um monte de fórmulas de operações matemáticas. Queria saber como usar isso no dia a dia. Alguns professores só leem um texto e passam o exercício sem explicar nada. Isso faz com que a gente perca o interesse pela escola — diz ela, que também estuda no colégio Compositor Luiz Carlos da Vila.
            Ainda de acordo com a pesquisa, 85% dos alunos estariam dispostos a cursar o ensino médio integrado (com curso de capacitação profissional). Atualmente, o Rio possui apenas oito escolas com cursos profissionalizantes. Segundo a Secretaria estadual de Educação, a meta é ampliar a oferta e ter cinco mil alunos cursando este segmento.
           A pesquisa revela que dois cursos atraem mais de 20% dos alunos de todas as regiões: o de Montagem e Manutenção de Computadores e o de Administração. Um pouco abaixo da preferência, mas ainda com índices superiores a 20% na capital e na periferia, destacam-se os cursos de Técnico em Enfermagem e de Turismo e Hotelaria.
             Também aluna do colégio Compositor Luiz Carlos da Vila, Camila Emília, de 17 anos, ainda não sabe qual carreira seguir. Como tem aptidão em informática, acha que um curso técnico nessa área iria despertar seu interesse pelas aulas:
— Sei que vai ser difícil entrar em uma universidade pública. Terminando o ensino médio com uma profissão já é meio caminho para fazer uma particular — conta a aluna, que destaca um ponto negativo na escola. — O almoço é ao meio-dia. Como entro às 13h, até as 17h40m não como mais nada. As aulas já são chatas e com a barriga vazia fica pior ainda — reclama.

             O levantamento mostrou ainda que o nível de escolaridade dos pais dos alunos da rede aumentou: 10% dos pais têm ensino superior, contra 6% em 2008. Também aumentou o índice dos que completaram o ensino médio: 38% das mães e 35% dos pais.

Fonte - O Globo

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Brasil tem 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola

             SÃO PAULO - O atraso escolar, causado principalmente pelo ingresso tardio no colégio, pela repetência e pelo abandono, é um problema que persiste no país e, segundo a ONG Todos Pela Educação, pode fazer com que o Brasil não atinja as metas de conclusão dos ensinos fundamental e médio, até 2022. A conclusão, que faz parte do relatório "De Olho nas Metas 2011", divulgado nesta terça-feira, não é a única que preocupa educadores. Segundo a entidade, 3,8 milhões de indivíduos de 4 a 17 anos ainda estão fora da escola. Baseado no censo de 2010, o estudo mostra que este número representa 8,5% da população nesta faixa etária. São Paulo é o estado com mais crianças e jovens a incluir no sistema de ensino: 607 mil. Na sequência estão Minas Gerais (363.981 crianças e jovens fora da escola) e Bahia (277.690).
             Uma das metas traçadas pelo Todos Pela Educação estabelece que, até 2022, 98% de crianças e jovens de 4 a 17 anos deverão estar na escola. Com este foco em mente, já foram estabelecidas metas intermediárias que, em 2010, não foram cumpridas por nenhuma das unidades da federação. De acordo com o relatório, o principal desafio dos estados está relacionado com a inclusão no sistema escolar das crianças na pré-escola e dos jovens no ensino médio. Os governos, segundo a ONG, não devem esquecer que o problema vai além da ampliação do número de vagas. O combate à evasão e ao atraso escolar deve estar nas agendas políticas para que a meta seja cumprida.
Menias leem e escrevem melhor do que os meninos
             O estudo também leva em consideração dados da Prova ABC (avaliação brasileira do final do ciclo de alfabetização), realizada em 2011, que trouxe dados inéditos sobre a alfabetização das crianças brasileiras. Aplicado em todas as capitais brasileiras a 6 mil alunos do início do 4º ano (que concluíram com êxito o 3º ano) de escolas públicas e privadas, o teste avaliou o desempenho das crianças em matemática, leitura e escrita. Em média, apenas 56,1% atingiram o conhecimento esperado em leitura, 53,3% em escrita e 42,8% em matemática. No "De Olho nas Metas 2011", novos dados sobre a avaliação foram publicados, e eles apontam para uma diferença entre o aprendizado de meninos e meninas no início da vida escolar. Em escrita, a proporção de meninas com nível igual ou superior ao esperado foi 16,4 pontos percentuais maior que a dos meninos. A diferença em leitura foi de 9,4 pontos percentuais, favorável às meninas. Em matemática, não houve diferença estatística.
             Um meta pelo menos foi atingida: a de fazer com que todo jovem brasileiro tenha concluído o ensino fundamental aos 16 anos. A meta de terminar e o ensino médio até os 19 anos foi superada. O resultado nacional foi de 63,4% no ensino fundamental enquanto a meta intermediária (para 2009) era 64,5% (dentro do intervalo de confiança que vai de 62,1% a 64,7%). No ensino médio o resultado foi de 50,2% para uma meta de 46,5%. No entanto, o TPE tem fortes indícios de que essa meta, que deveria ser atingida em 2022, não será cumprida. As previsões indicam uma taxa de conclusão (com até um ano de atraso) de 76,8% para o fundamental e 65,1% para o médio.
             Ainda segundo o relatório, nenhuma região – nem o Brasil como um todo – atingiu a meta prevista para 2010 de 80% das crianças com aprendizado esperado até o final do 3º ano. No país, entre as três áreas avaliadas, a melhor situação foi a de leitura, na qual 56,1% dos alunos tiveram desempenho adequado para a etapa do ensino. Já em matemática, somente 42,8% dos estudantes demonstraram possuir as habilidades esperadas. O estudo completo está no site do Todos PelaEducação.


Fonte - O Globo

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Rede Estadual na luta!

             O piso salarial de um prof. do ensino médio é de R$877,91, pois o Cabral não cumpriu até agora as principais promessas feitas em carta assinada aos docentes, quando da campanha de 2006, ou seja, repor as perdas acumuladas na época em torno de 62%, que hoje está acima de 70%. Ele deve sofrer de amnésia e para não vale nem o que está escrito. Outro absurdo é quer impor o projeto autonomia, onde apenas um professor trabalha todas as disciplinas.

Por essas e outras todos à 1ª Assembléia da rede, às 14h, na ACM, Rua da Lapa,86.



prof. Omar, por email via Blog Pó de Giz

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

PLENÁRIA DE LUTA CONTRA O FECHAMENTO DE ESCOLAS PÚBLICAS NO CAMPO E NA CIDADE

         


   De 2002 a 2009 foram fechadas no Brasil mais de 24.000 escolas, em torno de 80%  localizadas no campo. No sudeste 2.126 escolas rurais foram fechadas no mesmo período, só no Rio de Janeiro, foram fechadas 134 escolas rurais municipais. No ano de 2010 mais 10 escolas rurais no município de Campos dos Goytacazes foram fechadas. Na capital, o ano letivo de 2012 se inicia com a extinção de aproximadamente 70 escolas públicas estaduais de ensino noturno, que atendem jovens e adultos, em prédios compartilhados com o município. A questão se agrava em se tratando de alunos adultos/trabalhadores, muitos deles idosos, que estão perdendo o direito de concluírem os seus estudos na rede pública de ensino.
Educação é um Direito e Fechar Escola é Crime!
            O Campo Luta Educadora junto com o MST e o movimento Terra Livre convidam a todos para o Debate “Fechar Escola é Crime” que será realizado no dia 14 de março às 18 horas no auditório 13 – 1º andar – da UERJ Maracanã. Na mesa, como convidados, participarão os professores pesquisadores Roberto Leher (UFRJ), Virgínia Fontes (Fiocruz) e Paulo Alentejano (FFP/UERJ), assim como Tarcíso Motta (Sepe/RJ) e representantes do MST e Terra Livre. 

Por email - Wíria

MEC publica resolução com diretrizes curriculares para o ensino médio

Resolução flexibiliza duração do ensino médio no período noturno.

        O Ministério da Educação (MEC) publicou, na edição da terça-feira (31/1) do "Diário Oficial da União", a resolução que define as diretrizes curriculares para o ensino médio nas escolas públicas e particulares. A resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) conclui um processo de discussão sobre a nova realidade dos estudantes de nível médio no País, e foi homologada pelo então ministro da Educação Fernando Haddad em seu último dia no cargo, na semana passada.

        O texto, que substitui diretrizes em vigor desde 1998, contém 23 artigos relacionados à organização curricular, às formas de oferta de ensino, ao projeto político-pedagógico das escolas e aos sistemas de ensino.

       A resolução havia sido aprovada em maio pelo CNE e enviada ao ministro para homologação. Porém, entidades da sociedade civil pediram a revisão de um dos dispositivos, que permitia que até 20% da carga horária fosse cumprida à distância sem a presença obrigatória de professores.

     Quatro áreas de conhecimento - Com a revisão, no segundo semestre de 2011, e, finalmente, a homologação, na semana passada, o ensino médio agora incorpora a divisão das matérias por áreas do conhecimento. Em linguagens estão as aulas de língua português, língua materna (para populações indígenas), língua estrangeira moderna, arte (incluindo cênicas, plásticas e musical) e educação física.

        A segunda área do conhecimento é matemática, a terceira é ciências da natureza, que inclui biologia, física e química. Por fim, as ciências humanas englobam as matérias de história, geografia, filosofia e sociologia. Além disso, as diretrizes exigem que as escolas ofereçam obrigatoriamente o ensino de língua espanhola, ainda que seus alunos possam optar por não cursar a matéria.

       Outros conteúdos de ensino foram incluídos no documento, segundo o qual devem ser transmitidos aos estudantes de forma transversal.  Entre eles estão ensinamentos sobre a valorização do idoso, "sustentabilidade ambiental como meta universal" e "os estudantes e os professores como sujeitos históricos e de direitos, participantes ativos e protagonistas na sua diversidade e singularidade".

        A resolução ainda define que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve, progressivamente, compor o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), assumindo as funções de avaliação sistêmica para subsidiar as políticas públicas para a educação básica; servir para dar certificado de conclusão do ensino médio; servir de acesso para as universidades e outras instituições de ensino superior.

         Carga horária flexível - Entre as novidades que traz a resolução estão a flexibilização da duração máxima do ensino médio regular noturno. De acordo com o texto, as escolas que oferecem essa modalidade aos alunos devem "atender, com qualidade, a sua singularidade, especificando uma organização curricular e metodológica diferenciada, e pode, para garantir a permanência e o sucesso destes estudantes".

       A carga horária do turno noturno, de acordo com as diretrizes, é a mesma que a do diurno: 2.400 horas, cumpridas em no mínimo três anos. Um adendo na resolução, porém, permite "ampliar a duração do curso para mais de três anos, com menor carga horária diária e anual". Além disso, as diretrizes foram atualizadas para incentivar a adoção das novas tecnologias na metodologia de ensino.

        Adaptação - Segundo Dalila Andrade Oliveira, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), "a tendência é que as escolas comecem a partir de agora a se adequar, porque o currículo é um processo, não é um instante". Ela afirma que o fato de que a resolução tenha sido publicada um dia após o início do ano letivo pesa negativamente para o planejamento. "Mas não pode esperar até 2013."

       Na opinião da especialista, a resolução publicada ontem representa um avanço nas políticas públicas de educação do governo. "Entre 91 e 96 tivemos um aumento de matrículas no ensino médio da ordem de 120%, isso quer dizer que nossa população começou a concluir o ensino fundamental. Na primeira década do século XXI, houve maior número de ingressantes e concluintes do ensino médio."

        Além disso, durante as discussões sobre as novas diretrizes - também feitas com o ensino infantil, o fundamental e, atualmente, com o ensino profissionalizante e técnico de nível médio -, entrou em vigor a emenda constitucional 59, de 2009, que agora torna obrigatória a oferta de ensino a todos os adolescentes de 14 a 17 anos. Os estados terão até 2016 para incorporar essa parcela da população, que, idealmente, estará cursando o ensino médio.

        Isso provoca, segundo ela, uma demanda por um ensino médio mais flexível e que garanta a permanência de novos setores da população que, desde a última década, estão finalmente chegando à última etapa da educação básica. "São jovens e adultos que estão chegando ao ensino médio, a população indígena, quilombola, do campo", disse Dalila, que também é professora de políticas públicas de educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

        Dalila explica que a maioria das pessoas que estuda à noite trabalha em período integral e, geralmente, são adultos que estão fora da idade escolar ideal. "Até meados nos anos 90, tínhamos maior matrícula no noturno do que de dia. Hoje o período diurno já ultrapassa o noturno de forma significativa, mas o ideal é que, no futuro, o Brasil não tenha necessidade de ter turno noturno de oferta para a educação básica."

        Segundo ela, porém, essa flexibilização não representa necessariamente a facilitação do conteúdo. "Esperamos que os conteúdos sejam preservados, mas com metodologias de aprendizagem e ensino mais adequadas à condição desses alunos. O efeito que a educação tem em pessoas com origem mais pobre é muito maior que nos alunos de classe média."

Fonte: Portal G1, em 1/2/2012.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Professores do ensino médio serão os primeiros a usar o tablet nas escolas...

         O uso de tablet na rede pública de ensino vai começar pelos professores do ensino médio. A partir do segundo semestre, o Ministério da Educação (MEC) deve iniciar a distribuição dos equipamentos para 598.402 docentes.

      Os primeiros da lista são os professores de escolas que já têm internet em alta velocidade (banda larga), que somam 58.700 unidades. A ideia é o computador portátil chegar a 62.230 escolas públicas urbanas.

      Para o MEC, o programa tem mais chances de sucesso se o professor dominar o equipamento e o seu uso, antes de chegar ao aluno. “A inclusão digital tem que começar pelo professor. Se ele não avançar, dificilmente a pedagogia vai avançar”, disse o ministro Aloizio Mercadante. Cursos de capacitação presencial e à distância vão ser oferecidos ao professor, assim que o aparelho começar a ser distribuído.

      Com o tablet, o professor poderá preparar as aulas, acessar a internet e consultar conteúdos disponíveis no equipamento - revistas pedagógicas, 60 livros de educadores, principais jornais do país e aulas de física, matemática, biologia e química da Khan Academy, organização não governamental que distribui aulas on-line usadas em todo o mundo.

      As aulas preparadas no tablet, segundo o ministro, serão apresentadas por meio da lousa digital, espécie de retroprojetor combinado com computador, que muitas escolas já usam desde o ano passado. No decorrer de 2011, foram entregues 78 mil desses equipamentos.

Fonte: Agência Brasil, em 3/2/2012.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012