quarta-feira, 8 de junho de 2011

Diagnosticando o neo-colonialismo

Por Sebastião Vagner
             O grande filosofo Platão no livro VII de a republica, nos esplana com uma visão muito além de seu tempo, as dificuldades, que penso, ser inerente ao ser humano no que diz respeito ao “novo” ou absorção de novos conhecimentos, no entanto sabemos que o ser humano tem uma vasta capacidade de extrair ábitos e cultura de outros seres, mas em boa parte um tremendo medo de criar por si só através de conhecimentos que podem ser adquiridos,  somados e aplicado no cotidiano, entende, ser mais facil permanecer na mesmice à se prontificar à criar ou até mesmo expor sua própria avaliação de algo criado, entendendo na maioria dos casos simplismente aceitar o que lhe foi imposto seja por uma sociedade ecletica, razões religiosas ou mesmo preguiça de colocar os vinte por cento de sua cabeça animal pra pensar.
             Platão no séc. IV a.C. nos aponta as dificuldades do ser humano em se abrir para novas experiencias e novos conhecimentos, permanecendo - segundo ele - a maioria destes prisioneiros dentro de uma caverna onde só vêem as projeções do que acontece la fora e quando os mesmos tiverem a possibilidade de sair primeiro se deparam com o estranhamento e possivelmente em um primeiro momento sentiram uma vontade de voltar para o velho fundo da caverna com suas projeções, só depois de algum tempo em passos lentos, acostumariam com a luz ,ou seja, com a salvação visto que terão um mundo de infinitos conhecimentos que lhes proporcionarão a liberdade, já que quem lê se liberta, que se abre a novos conhecimentos se desprende do velho sem apego e sem ranço de acordo com “o novo aprendido”.
             Mauricio de souza no entanto aproveita seu talento e o “mito da caverna” apresentado por Platão e atualiza esse seu pensamento – o de Platão – para a “Alegoria da caverna”, onde aproveitado a idéia central do filósofo, Mauricio de souza em seus quadrinhos, apresenta de forma concreta o pensamento e ideologia de que os seres humanos devem estar prontos e preparados para novas experiencias e se abrirem a novos conhecimentos. Nesse sentido ele nos apresenta em sua releitura um mundo moderno onde a caverna é a sala das casas e o fundo da caverna onde se passa as projeções, o moderno aparelho de televisão, que prende a atenção dos telespectadores de tal forma que se tornam prisioneiros dentro de suas limitações de busca, não podem conhecer o externo, se entende que ali dentro esta tudo que precisarão saber do externo e denovo se tornam limitados dentro de sua verdade.
Porém Eugênio Bucci, Professor de Ética Jornalistica na Faculdade Casper Libero, afirma em seu texto que oque “deseduca é educativo”, afirmando que a “todo discurso que esina e estabelece uma ordem de valores é um agente de deseducação”, continua que esse discurso deseduca aquilo que prega preconceito.Ou vaidade vã. Ou individualismo. Que na tv pode se aprender de um tudo desde como tratar as pessoas até mesmo como banalizar o sexo e a violencia, oque ele afirma ser através de outras informações não citadas em seu texto como o principais fatores de deseducação. Desta forma ele acredita e chama de deseducar o discurso que estimula algum tipo de vicio ou de fraqueza moral. Mas que isso tambem educa, tratando ele mesmo como um paradoxo em seu artigo, que a definição de “educar seria conduzir para o mundo” conclui que essa educação apresentada pela televisão prepara o individuo para o mundo, indo de encontro ao que Mauricio de souza expõe através de seu texto co-relacionado com o de Platão. No entanto, Eugenio afirma que o mundo que a televião conduz não é o mundo de um conhecimento politizado, do trabalho, tampouco de solidariedade, mas um mundo consumista e que expecialmente no Brasil onde temos uma grande carencia de pré escolas, a televisão acaba exercendo sobre as crianças um monopólio muito forte para esse mundo  e termina seu artigo para a revista NOVA ESCOLA de Dezembro de 2002, dizendo que a “TV comercial é a nossa grande TV educativa. É pouco o que o professor ainda pode fazer.”
             No artigo escrito por Ana Paula Araujo, ela faz questão de inicia-lo com uma pergunta bastante simples, no entanto que nos remete a nossa falta de atenção quanto aos interesses e até mesmo as inormações, acabamos dando como prioridade a nosssa abertura ao conhecimentos e acontecimentos, a pergunta é:”Quem foi o Primeiro presidente da Argentina¿”, temos a dificuldade de lembrar e muitos de nós talvez nem saibamos, mas quando perguntado quem foi o primeiro Presidente dos EUA, essa esta na ponta da lingua, então por que seria que existe uma dificuldade em saber o nome de José de San Martim e uma facilidade enorme quando a resposta da segunda pergunta é George Washington. Pode parecer que perdi o foco do meu texto no entando sabereis que não. Quando a autora do artigo apresenta o questionamento esta diretamente interligado a proposta de nosso texto pelo fato de que; a televisão é o principal condutor desse monopólio, visto que as informações dos paises de primeiro mundo chegam como verdadeiros misseis em nossos lares e o jornalismo Brasileiro em sua maioria infelizmente esta diretamente ligado a esse monopólio que Ana Paula Araujo trata por “neocolonialismo”, que desde os anos 1970, ou seja periodo de ditadura militar, nossas noticias tinham dificuldades de ir ao ar, então as noticias internacionais ocuparam o espaço, com o fim da ditadura os telespectadores puderam então ter acesso as informações da politica e economia Nacional. O ponto culminante do arquivo de Ana Paula é que as grandes geradoras das imagens internacionais são as agências transnacionais e delas se sustentam as emissoras nacionais no entanto esse passou a ser o verdadeiro problema, pois, as noticias consideradas pelos redatores, de maior peso são aquelas vinculadas nas emissoras de grande porte internacional ou famosos jonais tais como New york times e CNN, quem nunca ouviu a famosa expressão”DEU NO NEW YORK TIMES”. Mas se os paises de primeiro mundo teem como base seus interesses proprios de crescimento, acumulação de bens e manutenção de sua economia, eles seriam capazes de nos beneficiar com informações da Argentina, com quem temos relações ligadas ao crescimento e estabilidade comercial – MERCO SUL -¿ Essa é a problematica que nos coloca em ligação direta com o texto de Eugênio Bucci, Pois se a tv educa e nos prepara para o mundo então estamos sendo preparados para viver o mundo dos outros¿ Se nossa realidade é buscar uma frente nacionalista com parceirias de vizinhos e nos livrar de vez do colonialismo estamos indo no caminho oposto e como afirma Ana Paula, nossos editores tendo como base central a redação de paises de primeiro mundo e seus interesses, então estão eles sendo sócios desse neo-colonialismo televisivo e que “se a televisão não é responsavel pela fragmentação da américa pobre,  tambem não contribui para sua integração”, estamos no caminho contrario a uma verdadeira ruptura com a colonização e voltando a Platão, estamos vendo simplesmente as projeções produzidas por outros atores passandono no fundo da caverna, ou seria na tv da sala apresentada por Mauricio de Souza na releitura de o Mito da Caverna¿
             O interessante é saber diagnosticar onde está e qual é o mal que nos faz prisioneiros de nós mesmo, como em um procedimento médico, identificado o mal esse pode ser tratado, conhecendo nossas limitações podemos entender onde precisamos concertar e se o problema for busca para uma nova forma de ser conhecedor de si mesmo, vamos a em busca, e não do que já é de outro mas sim do que pode ser nosso, para que não nos sintamos e façamos ninguem se sentir como um menino que queria ser uma TV para receber um pouco de atenção.



Referências:
   (Platão, A república, v.II, p.105 a 109.)
   ( Mauricio de Souza, As sombras da vida com Piteco.)
   (Eugênio Bucci, art.A deseducação educativa, revista. Nova eEscola, Dezembro de 2002, p.8.)
   (Ana Paula Araujo, art. Quem faz as noticias que consuminos¿ revista terceiro mundo, dezembro de 1993, p.18 a 19.) 

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