segunda-feira, 30 de maio de 2011

O manifesto das professoras de português

Desinformação e desrespeito na mídia brasileira « Nossa Língua Brasileira (NLB)

Desinformação e desrespeito na mídia brasileira

             Por alguma razão escondida dentro de cada um de nós que escrevemos esse texto tivemos como escolha profissional o ensino de língua (materna ou estrangeira). Por algum motivo desconhecido, resolvemos abraçar uma das profissões mais mal pagas do nosso país. Não quisemos nos tornar médicos, advogados ou jornalistas. Quisemos virar professores. E para fazê-lo, tivemos que estudar. Estudar, para alguém que quer ensinar, tem uma dimensão profunda. Foi estudando que abandonamos muitas visões simplistas do mundo e muito dos nossos preconceitos.

     Durante anos debatemos a condição da educação no Brasil; cotidianamente aprofundamo-nos sobre a realidade do país e sobre uma das expressões culturais mais íntimas de seus habitantes: a sua língua. Em várias dessas discussões utilizamos reportagens, notícias, ou fatos trazidos pelos jornais.

          Crescemos ouvindo que jovem não lê jornal e que a cada dia o brasileiro lê menos. A julgar por nosso cotidiano, isso não é verdade. Tanto é que muitos de nós, já indignados com o tratamento dado pelo Jornal Nacional à questão do material Por uma vida melhor, perdemos o domingo ao, pela manhã, lermos as palavras de um dos mais respeitados jornalistas do país criticando, na Folha de S. Paulo, a valorização dada pelo material ao ensino das diferentes possibilidades do falar brasileiro. E ficamos ainda mais indignados durante a semana com tantas reportagens e artigos de opinião cheios de ideias equivocadas, ofensivas, violentas e irresponsáveis. Lemos textos assim também no Estado de São Paulo e nas revistas semanais Veja e IstoÉ.

           Vimos o Jornal Nacional colocar uma das autoras do material em posição humilhante de ter que se justificar por ter conseguido fazer uma transposição didática de um assunto já debatido há tempos pelos grandes nomes da Linguística do país – nossos mestres, aliás. O jornalista Clovis Rossi afirmou que a língua que ele julga correta é uma “evolução para que as pessoas pudessem se comunicar de uma maneira que umas entendam perfeitamente as outras” e que os professores têm o baixo salário justificado por “preguiça de ensinar”. Uma semana depois, vimos Amauri Segalla e Bruna Cavalcanti narrarem um drama em que um aluno teria aprendido uma construção errada de sua língua, e afirmarem que o material “vai condenar esses jovens a uma escuridão cultural sem precedentes“. Também esses dois últimos jornalistas tentam negar a voz contrária aos seus julgamentos, dizendo que pouquíssimos foram os que se manifestaram, e que as ideias expressas no material podem ter sucesso somente entre alguns professores “mais moderninhos”. Já no Estado de São Paulo vimos um economista fazendo represálias brutas a esse material didático. Acreditamos que o senhor Sardenberg entenda muito sobre jornalismo e economia, porém fica nítida a fragilidade de suas concepções sobre ensino da língua. A mesma desinformação e irresponsabilidade revelou o cineasta Arnaldo Jabor, em seu violento comentário na rádio CBN.

           Ficamos todos perplexos pela falta de informação desses jornalistas, pela inversão de realidade a que procederam, e, sobretudo, pelo preconceito que despejaram sem pudor sobre seus espectadores, ouvintes e leitores, alimentando uma visão reduzida ao senso comum equivocado quanto ao ensino da língua. A versão trazida pelos jornais sobre a defesa do “erro” em livros didáticos, e mais especificamente no livro Por uma vida melhor, é uma ofensa a todo trabalho desenvolvido pelos linguistas e educadores de nosso país no que diz respeito ao ensino de Língua Portuguesa.

           A pergunta inquietante que tivemos foi: será que esses jornalistas ao menos se deram o trabalho de ler ou meramente consultar o referido livro didático antes de tornar públicas tão caluniosas opiniões? Sabemos que não. Pois, se o tivessem feito, veriam que tal livro de forma alguma defende o ato de falar “errado”, mas sim busca desmistificar a noção de erro, substituindo-a pela de adequação/inadequação. Isso porque, a Linguística, bem como qualquer outra ciência humana, não pode admitir a superioridade de uma expressão cultural sobre outra. Ao dizer que a população com baixo grau de escolaridade fala “errado”, o que está-se dizendo é que a expressão cultural da maior parte da população brasileira é errada, ou inferior à das classes dominantes. Isso não pode ser concebido, nem publicado deliberadamente como foi nos meios de comunicação. É esse ensinamento básico que o material propõe, didaticamente, aos alunos que participam da Educação de Jovens e Adultos. Mais apropriado, impossível. Paulo Freire ficaria orgulhoso. Os jornalistas, porém, condenam.

           Sabemos que os veículos de comunicação possuem uma influência poderosa sobre a visão de mundo das pessoas, atuam como formadores de opinião, por isso consideramos um retrocesso estigmatizar certos usos da língua e, com isso, o trabalho de profissionais que, todos os dias, estão em sala de aula tentando ir além do que a mera repetição dos exercícios gramaticais mecânicos, chamando atenção para o caráter multifacetado e plural do português brasileiro e sua relação intrínseca com os mais diversos contextos sociais.

           A preocupação dos senhores jornalistas, porém, ainda é comum. Na base de suas críticas aparecem, sobretudo, o medo da escola não cumprir com seu papel de ensinar a norma culta aos falantes. Entretanto, se tivessem lido o referido material, esse medo teria facilmente se esvaído. Como todo linguista contemporâneo, os autores deixam claro, na página 12, que “Como a linguagem possibilita acesso a muitas situações sociais, a escola deve se preocupar em apresentar a norma culta aos estudantes, para que eles tenham mais uma variedade à sua disposição, a fim de empregá-la quando for necessário“. Dessa forma, sem deixar de valorizar a norma escrita culta – necessária para atuar nas esferas profissional e cultural, e logo, determinante para a ascensão econômica e social de seus usuários, embora não suficiente – o material consegue promover o debate sobre a diversidade linguística brasileira. Esse feito, do ponto de vista de todos que produzimos e utilizamos materiais didáticos, é fundamental.

          Sobre os conteúdos errôneos que foram publicados pelos jornais e revistas, foi possível ver que, após uma semana, as respostas dadas pelos educadores, estudiosos da linguagem e, sobretudo, da variação linguística, já foram bastante elucidativas para informar esses profissionais do jornalismo. Infelizmente alguns jornalistas não os leram. Mas ainda dá tempo de aprender com esses textos. Leiam as respostas de linguistas tais como Luis Carlos Cagliari, Marcos Bagno, Carlos Alberto Faraco, Sírio Possenti, e de educadores tais como Maria Alice Setubal e Maurício Ernica, entre outros, publicadas em diversas fontes, como elucidativas e representativas do que temos a dizer. Aliás, muito nos orgulha a paciência desses autores – foram verdadeiras aulas para alunos que parecem ter que começar do zero. Admirável foram essas respostas calmas, respeitosas e informativas, verdadeiras lições de Linguística, de Educação – e de atitude cidadã, diga-se de passagem – para “formadores de opinião” que, sem o domínio do assunto, resolveram palpitar, julgar e até incriminar práticas e as ideias solidamente construídas em pesquisas científicas sobre a língua ao longo de toda a vida acadêmica de vários intelectuais brasileiros respeitados, ideias essas que começam, aos poucos, a chegar à realidade das escolas.

          Ao final de anos de luta para podermos virar professores, ao invés de vermos nossos pensadores, acadêmicos, e professores valorizados, vimos a humilhação violenta que eles sofreram. Vimos, com isso, a humilhação que a academia e que os estudos sérios e profundos podem sofrer pela mídia desavisada (ou maldosa). O poder da mídia foi assustador. Para os alunos mais dispersos, algumas concepções que levaram anos para serem construídas foram quebradas em instantes. Felizmente, esses são poucos. Para grande parte de nossos colegas estudantes de Letras o que aconteceu foi um descontentamento geral e uma descrença coletiva nos meios de comunicação.

          A descrença na profissão de professor, que era a mais provável de ocorrer após tamanha violência e irresponsabilidade da mídia, essa não aconteceu – somente por conta daquele nosso motivo interno ao qual nos referimos antes. Nossa crença de que a educação é a solução de muitos problemas – como esse, por exemplo – e que é uma das profissões mais satisfatórias do mundo continua firme. Sabemos que vamos receber baixos salários, que nossa rotina será mais complicada do que a de muitos outros profissionais, e de todas as outras dificuldades que todos sabem que um professor enfrenta. O que não sabíamos é que não tínhamos o apoio da mídia, e que, pior que isso, ela se voltaria contra nós, dizendo que o baixo salário está justificado, e que não podemos reclamar porque não cumprimos nosso dever direito.

          Gostaríamos de deixar claro que não, ensinar gramática tradicional não é difícil. Não temos preguiça disso. Facilmente podemos ler a respeito da questão da colocação pronominal, passar na lousa como os pronomes devem ser usados e dizer para o aluno que está errado dizer “me dá uma borracha”. Isso é muito simples de fazer. Tão simples que os senhores jornalistas, que não são professores, já corrigiram o material Por uma vida melhor sobre a questão do plural dos substantivos. Não precisa ser professor para fazer isso. Dizer o que está errado, aliás, é o que muitos fazem de melhor.

    Difícil, sabemos, é ter professores formados para conseguir promover, simultaneamente, o debate e o ensino do uso dos diversos recursos linguísticos e expressivos do português brasileiro que sejam adequados às diferentes situações de comunicação e próprios dos inúmeros gêneros do discurso orais e escritos que utilizamos. Esse professor deve ter muito conhecimento sobre a linguagem e sobre a língua, nas suas dimensões linguísticas, textuais e discursivas, sobre o povo que a usa, sobre as diferentes regiões do nosso país, e sobre as relações intrínsecas entre linguagem e cultura.

          Esse professor deve ter a cabeça aberta o suficiente para saber que nenhuma forma de usar a língua é “superior” a outra, mas que há situações que exigem uma aproximação maior da norma culta e outras em que isso não é necessário; que o “correto” não é falar apenas como paulistas e cariocas, usando o globês; que nenhum aluno pode sair da escola achando que fala “melhor” que outro, mas sim ciente da necessidade de escolher a forma mais adequada de usar a língua conforme exige a situação e, é claro, com o domínio da norma culta para as ocasiões em que ela é requerida. Esse professor tem que ter noções sobre identidade e alteridade, tem que valorizar o outro, a diferença, e respeitar o que conhece e o que não conhece.

         Também esse professor tem que ter muito orgulho de ser brasileiro: é ele que vai dizer ao garoto, ao ensinar o uso adequado da língua nas situações formais e públicas de comunicação, que não é porque a mãe desse garoto não usa esse tipo de variedade lingüística, a norma culta, não conjuga os verbos, nem usa o plural de acordo com uma gramática pautada no português europeu, que ela é ignorante ou não sabe pensar. Ele vai dizer ao garoto que ele não precisa se envergonhar de sua mãe só porque aprendeu outras formas de usar o português na escola, e ela não. Ele vai ensinar o garoto a valorizar os falares regionais, e ser orgulhoso de sua família, de sua cultura, de sua região de origem, de seu país e das diferenças que existem dentro dele e, ao mesmo tempo, a ampliar, pelo domínio da norma culta, as suas possibilidades de participação na sociedade e na cultura letrada. O Brasil precisa justamente desse professor que esses jornalistas tanto incriminaram.

          Formar um professor com esse potencial é o que fazem muitos dos intelectuais que foram ofendidos. Para eles, pedimos que esses jornalistas se desculpem. E os agradeçam. E, sobretudo, antes de os julgarem novamente, leiam suas publicações. Ironicamente, pedimos para a mídia se informar.

          Nós somos a primeira turma a entrar no mercado de trabalho após esse triste ocorrido da imprensa. Somos muito conscientes da luta que temos pela frente e das possibilidades de mudança que nosso trabalho promove. Para isso, estudamos e trabalhamos duro durante anos. A nós, pedimos também que se desculpem. E esperamos que um dia possam nos agradecer.

        Reafirmamos a necessidade de os veículos de comunicação respeitarem os nossos objetos de estudo e trabalho — a linguagem e o língua portuguesa usada no Brasil —, pois muitos estudantes e profissionais de outras áreas podem não perceber tamanha desinformação e manipulação irresponsável de informação, e podem vir a reproduzir tais concepções simplistas e equivocadas sobre a realidade da língua em uso, fomentando com isso preconceitos difíceis de serem extintos.

          Sabemos que sozinhos os professores não mudam o mundo. Como disse a Professora Amanda Gurgel, em audiência pública no Rio Grande do Norte, não podemos salvar o país apenas com um giz e uma lousa. Precisamos de ajuda. Uma das maiores ajudas com as quais contamos é a dos jornalistas. Pedimos que procurem conhecer as teorias atuais da Educação, do ensino de língua portuguesa e da prática que vem sendo proposta cotidianamente no Brasil. Pedimos que leiam muito, informem-se. Visitem escolas públicas e particulares antes de se proporem a emitir opinião sobre o que deve ser feito lá. Promovam acima de tudo o debate de ideias e não procedam à condenação sumária de autores e obras que mal leram. Critiquem as assessorias internacionais que são contratadas reiteradamente. Incentivem o profissional da educação. E nunca mais tratem os professores como trataram dessa vez. O poder de vocês é muito grande – a responsabilidade para usá-lo deve ser também.


Alecsandro Diniz Garcia, Ana Amália Alves da Silva, Ana Lúcia Ferreira Alves, Anderson Mizael, Jeferson Cipriano de Araújo, Laerte Centini Neto, Larissa Arrais, Larissa C. Martins, Laura Baggio, Lívia Oyagi, Lucas Grosso, Maria Laura Gándara Junqueira Parreira, Maria Vitória Paula Munhoz, Nathalia Melati, Nayara Moreira Santos, Sabrina Alvarenga de Souza e Yuki Agari Jorgensen Ramos – formandos 2011 em Letras da PUC-SP, futuros professores de Língua Portuguesa e Língua Inglesa.

Atenção: Sepe não está convocando paralisação para o dia 31 de maio

             O Sepe informa aos profissionais das redes estadual e municipais do Rio de Janeiro que não está convocando uma paralisação para o dia 31 de maio. Esclarecemos que os foruns adequados para a convcocação de paralisação ou demais mobilizações dos profissionais de educação filiados são as assembléias ou foruns especialmente convocados em casos de necessidade. Como nenhuma destas instâncias levou à votação uma proposta de paralisação para esta terça-feira, dia 31 de maio, o sindicato não está convocando nenhuma das redes para que estas paralisem nesta terça. Deste modo, ficam valendo os calendários de mobilização definidos pelas assembléias gerais das redes estadual e municipais. 

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Amanda Gurgel vai falar no Congresso do Sepe neste sábado (dia 28/5)

             Na manhã deste sábado (dia 28/5), a partir das 11h, a professora Amanda Gurgel, que se transformou num fenômeno da internet ao ter suas denúncias sobre a situação dos educadores brasileiros divulgadas pelas rede sociais,  chega ao Rio para participar das atividades finais do XIII Congresso de Educação do Sepe, no Clube Municipal (Rua Haddock Lobo 359 – Tijuca).

             Amanda foi convidada pelo Sepe, depois que a repercussão de seu discurso na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, durante uma audiência pública para discussão da greve da educação pública potiguar, no qual ela denunciou os problemas nas escolas públicas e os baixos salários pagos aos profissionais de educação no Brasil.

Sepe realiza seu XIII Congresso Ordinário de Educação de hoje (dia 26 de Maio) até sábado (dia 28 de Maio)

             Com mais de 1.500 delegados, o Sepe realiza de hoje até sábado o seu XIII Congresso Ordinário de Educação. A edição deste ano tem por tema "Escola nãoe abrica, aluno não é mercadoria, educação não é negócio - Contra a meritocracia e produtividade na educação". O evento está sendo realizado no Clube Municipal (Rua Haddock Lobo 359 - Tijuca). No sábado, último dia, teremos a presença da professora das rede públicas do Rio Grande do Norte, Amanda Gurgel, convidada pelo Sepe e que já confirmou a sua participação.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vitória: STJ reconhece ação do Sepe e obriga governo estadual a restituir descontos do Nova Escola em 2005

             O Departamento Jurídico do Sepe informa que os profissionais da rede estadual acabam de obter uma grande vitória na Justiça, que acatou um recurso do sindicato e reverteu uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que havia indeferido em primeira instância um mandado de segurança que pedia a restituição dos valores descontados nos meses de janeiro e fevereiro de 2005 a título de gratificação do Programa Nova Escola.

             Com a decisão, proferida pelo ministro Relator Napoleão Nunes Maia Filho a favor do sindicato, a categoria terá direito à restituição dos valores referentes ao ano de 2005, sendo que o Sepe já tinha conseguido ganhar em todas as instâncias uma ação referente aos  descontos do ano de 2006 e já possui os cálculos da restituição referentes a esta ação que se encontra em processo de execução, já que o Estado não tem mais como recorrer. Quanto à vitória conseguida agora, com a decisão do STJ sobre a restituição referente a 2005, o governo do Estado ainda poderá recorrer.

             Veja o trecho final da decisão em favor dos profissionais representados pelo Sepe no mandado

(...)

             Destarte, não há que se impor a restituição pelos servidores ora substituídos de quantias percebidas de boa-fé e por equívoco do erário, a título de Gratificação Nova Escola, porquanto tais valores não lhes serviram de fonte de enriquecimento ilícito, mas sim como uma forma de suas subsistências e de suas famílias.

             Ante o exposto, com fundamento no art. 557, § 1o.-A do CPC, dou provimento ao Recurso Ordinário para conceder a segurança e determinar a devolução dos valores indevidamente descontados a título de Gratificação Nova Escola, referente aos meses de janeiro e fevereiro de 2005. Custas ex lege. Sem condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos da Súmula 105/STJ.

12. Publique-se. Intimações necessárias.

Brasília/DF, 23 de maio de 2011.

NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO

MINISTRO RELATOR


Fonte: Clique aqui

Laje do Muriaé perdeu 1.000 moradores nos últimos anos

             Cidade vive tom de despedida desde a década de 70. Número de idosos cresceu e os mais jovens estão deixando a cidade para trabalhar em outros lugares.
             Enquanto muitas cidades do interior, como Rio das Ostras, crescem a passos largos. De outro lado, Laje do Muriaé parece voltar no tempo e registra a maior perda de moradores dos últimos 10 anos em todo o estado do Rio.


Veja na reportagem de Ronan Tardin  e Júnior Marins.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Amanda Gurgel: Professora denuncia situação da educação pública

Veja o vídeo com a fala da professora Amanda Lima da rede municipal de Natal e da rede estadual do Rio Grande do Norte Assista o discurso de Amanda.



O emprego das novas tecnologias em sala de aula

O uso do celular e suas ferramentas na escola está gerando polêmica. 
Veja aqui http://migre.me/4CntK

Fonte: O Globo

terça-feira, 17 de maio de 2011

Aposentados terão reajuste de 39%, segundo decisão do STF

             Após decisão Supremo Tribunal Federal (STF) que concedeu reajuste de 39% e atrasados para aposentadoria limitada ao teto - que força o INSS a recalcular benefícios limitados ao teto entre 1998 e 2003, tendo o INSS 90 dias para cumprir a decisão da Justiça - a Justiça analisa novos ganhos. Ações que podem mudar cálculo do benefício, como:

Buraco verde - Segurados podem requerer na Justiça recomposição de benefícios fixados pele Previdência Social em valores abaixo da média dos salários de contribuição. O INSS limitava o benefício ao teto do salário de contribuição. Vale para aposentados entre 5 de abril de 1991 e 31 de dezembro de 1993.

Desaposentação - Quem continua trabalhando com carteira assinada e desconta para o INSS pode pedir na Justiça, a devolução do que foi recolhido ou uma aposentadoria maior.

Fator - A Justiça avalia ainda a constitucionalidade do fator previdenciário, mecanismo que leva em conta idade, tempo de contribuição e de vida. A fórmula reduz o valor do benefício.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Enem terá duas edições em menos de um ano

             O Ministério da Educação (MEC) vai publicar na próxima semana o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Serão realizadas duas edições do exame em menos de um ano. A primeira deverá acontecer nos dias 22 e 23 de outubro.  A outra prova deve ser marcada para maio de 2012. A assessoria do MEC confirma as duas edições neste período, mas as datas oficiais serão anunciadas no edital.

             Com uma prova marcada para o primeiro semestre de 2012, confirma-se a intenção do MEC em aplicar duas edições do Enem por ano. Em recente entrevista ao G1, o ministro Fernando Haddad disse que a realização de duas edições "dependeria de muita gente", como os organizadores, gráficas e esquema de segurança envolvidos, e que o processo seria aperfeiçoado para evitar problemas em edições passadas, como o vazamento de provas em 2009 e os erros de impressão em um lote de provas em 2010.  "Eu, sinceramente, acho que o processo de 2010 foi muito melhor que o de 2009. Então, eu entendo que o de 2011 será melhor que o de 2010", disse o ministro.

             O MEC deu início em 2009 a um projeto de substituição dos vestibulares tradicionais pelo Enem. A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. No ano passado, foram ofertadas 83 mil vagas em 83 instituições, sendo 39 universidades federais.

             Em 2010, mais de 4 milhões de candidatos se inscreveram para participar do exame.A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). No total, 59 instituições utilizaram o Enem integral ou parcialmente como forma de acesso dos candidatos no ingresso à universidade.

 Fonte: G1, São Paulo, em 13/05/2011.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Sepe tem audiência com secretários de estado de Planejamento e de Educação nesta quarta-feira (11/5)

             A direção do sepe terá uma audiência nesta quarta-feira (dia 11 de maio), no gabinete da SEEDUC, com os secretários de estado de Planejamento, Sérgio Ruy, e de Educação, Wilson Risolia, às 14h. A audiência com os representantes do governo estadual é um fruto concreto da mobilização da categoria, que, no dia 4 e 5 de maio, realizou uma greve de advertência de 48 horas, além de ter ido até as escadarias da Alerj, num ato para pressionar os deputados da bancada governista a convencer o governador a reabrir as negociações em torno das reivindicações da rede estadual.

             Na audiência, a direção do sindicato vai continuar tentando convencer os secretários sobre a importância do atendimento da nossa pauta emergencial, que é a seguinte:

26% de reajuste emergencial imediatos;

descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativos;

incorporação já da totalidade das parcelas da gratificação do Nova Escola (prevista para terminar só em 2015)

             No dia 18 de maio, o Sepe convoca a categoria para acompanhar uma audiência pública na Alerj, a partir das 10h, quando o secretário de Educação Wilson Risolia prestará contas da sua gestão para os deputados.



sexta-feira, 6 de maio de 2011

FLEXIBILIZAÇÃO DO CURRÍCULO - Conselho Nacional de Educação aprova novas diretrizes para o ensino médio

             RIO - O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta quarta-feira (4) as novas diretrizes curriculares para o ensino médio. Elas não eram revistas desde 1998. O relatório, que agora segue para homologação do ministro Fernando Haddad, prevê maior flexibilização do currículo e abre a oportunidade de ampliação da carga horária do ensino médio para além dos atuais três anos.


             O relatório mantém a carga horária mínima de 2, 4 mil horas no ensino médio, mas abre espaço para que a sua duração seja ampliada caso haja interesse das escolas de oferecer conhecimentos e atividades além das consideradas obrigatórias. Essa recomendação tem peso especial no caso do ensino médio noturno que, em geral, oferece uma carga horária menor do que aquela dada a estudantes do turno matutino. O relatório indica que essa duração deve ser ampliada e coloca como uma opção a oferta de 20% da carga horária na modalidade ensino a distância. Sugere também que se necessário o ano letivo seja estendido para além dos atuais três anos.

             As novas diretrizes indicam que a escola deve trabalhar a formação a partir de quatro eixos básicos: trabalho, ciência, tecnologia e cultura. O currículo pode enfatizar um desses temas, mas deve incluir todos eles. A ideia é tentar flexibilizar o modelo curricular segmentado oferecido pelas escolas hoje, tradicionalmente dividido em disciplinas que não se relacionam durante o aprendizado.

             - A essência dessa proposta é a definição de uma identidade para o ensino médio. O ensino médio tem que ser entendido como a última etapa da educação básica e, por isso, tem que preparar para a vida. Para isso, ele tem que ser capaz de trabalhar simultaneamente com essas quatro dimensões - disse o relator do parecer, José Fernandes de Lima durante entrevista à Agência Brasil.

             O conselheiro ressalta que, ao mesmo tempo em que é preciso estabelecer uma identidade para a etapa, a organização dela precisa ser flexível não apenas para atender às diversidades regionais, mas ao próprio público do ensino médio.

             - Os estudantes do ensino médio são pessoas que só estudam, ou que trabalham, ou que estudam e trabalham. São do campo ou da cidade, são pessoas de 15 anos a 17 anos de idade, mas também mais velhas - afirmou.

             Para Lima, há várias experiências de ensino médio bem sucedidas, mas elas não são organizadas de forma sistemática. O foco das novas diretrizes é dar autonomia às escolas para que possam atender às necessidades de cada público. As recomendações do CNE não têm força de lei, mas servem de orientação para a organização de escolas públicas e particulares de todo o país.



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terça-feira, 3 de maio de 2011

Senado aprova aumento de carga horária para ensinos infantil, fundamental e médio

             BRASÍLIA - A Comissão de Educação do Senado aprovou, nesta terça-feira, projeto de lei que aumenta de 800 para 960 horas anuais a carga horária mínima para os ensinos infantil, fundamental e médio. Como foi aprovado em caráter terminativo, a matéria segue, agora, à apreciação da Câmara. Essas 960 horas, pelo projeto, serão distribuídas pelo período de 200 dias do ano letivo, excluindo os dias destinados aos exames finais, quando houver.
          Emenda incluída pelo relator do projeto, deputado Cyro Miranda (PSDB-GO), determinou que as mudanças no calendário escolar só entrarão em vigor dois anos após a publicação da lei no Diário Oficial da União. Ou seja, se a lei for aprovada pelo Senado e sancionada pela presidenta Dilma Rousseff ainda este ano, a nova carga horária só entraria em vigor em 1º de janeiro de 2013.
             Também foi aprovado pela comissão, em caráter terminativo, o projeto de lei que aumenta de 75% para 80% a frequência mínima para a aprovação de estudantes no ensino fundamental. A proposta esclarece que, no caso de afastamento do estudante da sala de aula por motivo de saúde, o atestado médico apresentado garantirá o direito de fazer provas em segunda chamada, "mas não abona as faltas que lhe foram imputadas".



segunda-feira, 2 de maio de 2011

Rede estadual fará greve de advertência de 48 horas nos dia 4 e 5 de maio

             Os profissionais da rede estadual fazem uma greve de advertência de 48 horas na quarta e quinta-feiras (4 e 5 de maio). A paralisação tem o objetivo de exigir do governador Sérgio Cabral um reajuste emergencial de 26%; a abertura das negociações com o governo; a incorporação imediata da totalidade da gratificação do Nova Escola (prevista para terminar somente em 2015); e o descongelamento do Plano de Carreira dos Funcionários Administrativos da educação estadual, entre outras reivindicações.

             No dia 5 de maio o Sepe convoca a categoria para um ato de protesto nas escadarias da Alerj, a partir das 10h. Nesta atividade, os profissionais vão pressionar os deputados a intercederem junto ao governador para que ele abra as negociações com a categoria. A partir das 14h, será a vez da realização de uma assembléia geral no auditório da ABI (Rua Araújo Porto Alegre 71 – 9º andar).

             Nas 1.652 escolas que integram a rede estadual (70 mil profissionais e 1,245 milhão de alunos), os profissionais estão mobilizados para conseguir reajuste emergencial de 26%. O índice de 26% reivindicado é resultante de parte das perdas salariais entre 2009 e 2010. Hoje, um professor do estado iniciante (nível 1) recebe um piso salarial de R$ 610,38; já um professor que trabalha 22 horas semanais, com 10 anos de rede (nível 3), recebe R$ 766,00.

             A situação do funcionário administrativo é ainda pior: se a incorporação do Nova Escola fosse feita imediatamente o piso salarial desse funcionário atingiria somente R$ 533,00 – menos, portanto, que o salário mínimo nacional, que é R$ 545,00.

         O Sepe, reiteradamente, tem tentado buscar a via da negociação com as autoridades estaduais, mas, desde o início do ano, não tem tido resposta do governador aos pedidos de audiência. A última audiência com o secretário de Educação Wilson Risolia foi realizada no início de janeiro, quando ele convocou o sindicato para fazer uma apresentação do seu Plano de Metas e não discutiu as reivindicações da categoria.


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